

Favorito às presidenciais no Chile propõe deter e expulsar migrantes sem documentos
O candidato de extrema direita José Antonio Kast, favorito às eleições presidenciais de novembro no Chile, defendeu, nesta segunda-feira (22), que a imigração irregular seja considerada crime, permitindo a detenção e a expulsão de pessoas sem documentos, inclusive famílias com filhos.
Segundo estimativas oficiais, cerca de 330 mil estrangeiros vivem no país em situação irregular, a maioria de origem venezuelana.
“A imigração ilegal vai se tornar um crime, e isso aumentará a pena para que a pessoa possa ser detida até que seja expulsa”, declarou o candidato do Partido Republicano em entrevista coletiva.
Kast também sugeriu que estrangeiros condenados por crimes no Chile cumpram pena em uma prisão especial, de onde seriam deportados após o término da condenação.
O presidenciável, de 59 anos, lidera as pesquisas junto com a comunista Jeannette Jara, da coalizão de centro-esquerda, para as eleições de 16 de novembro, que definirão o sucessor do presidente de esquerda Gabriel Boric. Em um eventual segundo turno, em 14 de dezembro, todas as pesquisas apontam Kast como vencedor sobre Jara.
Sua campanha se apoia em dois pilares: imigração e segurança pública, temas que a maioria dos chilenos associa entre si, de acordo com pesquisa da Ipsos.
Entre suas propostas para conter a imigração irregular, Kast desta vez não citou a construção de um muro na fronteira com a Bolívia, ideia que havia apresentado em março.
“Quem entra pela janela jamais será premiado com algum benefício em nossa nação”, disse. E completou: “Quando uma família de imigrantes chega com seus filhos, todos ficam em situação de ilegalidade e permanecerão em centros de detenção provisória até a expulsão ao país de origem ou a devolução ao país por onde entraram”.
Atualmente, salvo em casos de crimes, estrangeiros que ingressam no Chile de forma irregular não são expulsos automaticamente e podem iniciar processos de regularização.
Nos últimos sete anos, a população imigrante no Chile dobrou nos últimos sete anos e hoje representa 8,8% dos quase 20 milhões de habitantes, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
R.Morgan--CT