

Ucrânia e Rússia iniciam nova troca de prisioneiros de guerra
Ucrânia e Rússia anunciaram, nesta segunda-feira (9), o início de uma nova troca de prisioneiros, um dos únicos resultados concretos das negociações recentes para encerrar mais de três anos de guerra.
Nenhum dos países especificou o número de soldados a serem trocados. Kiev alegou razões de segurança.
A troca foi acordada na segunda rodada de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia, realizada na cidade turca de Istambul em 2 de junho. Durante a reunião, ambas as partes concordaram em libertar todos os prisioneiros gravemente feridos, doentes e com menos de 25 anos.
Foi um dos únicos pontos de consenso durante as negociações, além de uma futura troca de milhares de corpos de soldados mortos em combate.
As negociações de paz, no entanto, estão paralisadas.
"Um primeiro grupo de militares russos com menos de 25 anos foi repatriado do território sob o controle do regime de Kiev. Em troca, o mesmo número de militares do exército ucraniano foi transferido", anunciou o Ministério da Defesa russo em um comunicado.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, declarou logo depois que a operação seria realizada em várias etapas ao longo dos "próximos dias". "As negociações continuam praticamente todos os dias", afirmou nas redes sociais.
O centro ucraniano de coordenação de prisioneiros de guerra indicou que esta é a 66ª troca entre Kiev e Moscou desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
- Negociações estagnadas -
Rússia e Ucrânia trocam regularmente prisioneiros e corpos de soldados há mais de três anos. A última ocorreu após a primeira rodada de negociações diretas entre as duas partes, realizada em Istambul em maio.
Após as negociações, Kiev e Moscou libertaram cerca de 1.000 pessoas de cada lado, entre soldados e civis. Mas, apesar desses acordos, os dois países estão longe de um cessar-fogo.
A Força Aérea Ucraniana denunciou que Moscou lançou um número recorde de 479 drones explosivos contra o país na manhã desta segunda-feira.
No domingo, o Exército russo anunciou a ampliação de sua ofensiva à região de Dnipropetrovsk, na Ucrânia, divisa com Donetsk e Zaporizhzhia, já parcialmente sob controle russo.
Moscou exige que a Ucrânia ceda os territórios que alega ter anexado e se retire da Otan. Também rejeita uma trégua "incondicional" de 30 dias solicitada por Kiev e seus aliados europeus, considerando que permitiria o rearmamento das forças ucranianas com suprimentos ocidentais.
A Ucrânia exige a retirada das tropas russas e solicitou aos seus aliados ocidentais "garantias de segurança", seja no envio de tropas ou acordos militares.
Em dezembro de 2024, autoridades ucranianas estimaram que a Rússia mantinha mais de 16.000 civis ucranianos presos, sem especificar o número de prisioneiros militares.
O número de soldados russos detidos na Ucrânia não foi divulgado, mas é provavelmente menor do que em Kiev, segundo estimativas.
Ambos os lados se acusam mutuamente de violar a Convenção de Genebra sobre o tratamento a prisioneiros de guerra. Vários ucranianos relataram à AFP que foram torturados durante o cativeiro.
P.Reed--CT